SÃO BEDA VENERÁVEL
Beda (em inglês antigo: Bǣda ou Bēda; em latim: Beda; c. 673—26 de maio de 735), conhecido também como Venerável Beda (em latim: Bēda Venerābilis),[k] foi um monge inglês que viveu nos mosteiros de São Pedro, em Monkwearmouth, e São Paulo, na moderna Jarrow, no nordeste da Inglaterra, uma região que, na época, era parte do Reino da Nortúmbria. Ele é conhecido principalmente por sua obra-prima, a História Eclesiástica do Povo Inglês, um trabalho que lhe rendeu o título de “Pai da História Inglesa“.
Em 1899, Beda foi proclamado Doutor da Igreja pelo papa Leão XIII, um dos mais importantes títulos teológicos da Igreja Católica, e é até hoje o único nativo da Grã-Bretanha a alcançar essa posição. Além disso, Beda era um habilidoso linguista e tradutor e suas obras ajudaram a tornar acessíveis os textos dos primeiros Padres da Igreja, escritos em latim ou em grego, para os anglo-saxões, contribuindo assim com o desenvolvimento do cristianismo inglês. O mosteiro de Beda dispunha de uma grande biblioteca que incluía, entre outras, obras de Eusébio e Orósio.
SÃO PAGA GREGÓRIO VII
O Papa São Gregório VII, nascido Hildebrando, (Sovana, Itália, circa 1020/1025 — Salerno, 25 de maio de 1085) foi o 157º papa da Igreja Católica de 22 de abril de 1073 até a sua morte, tendo sido um dos mais influentes e decisivos pontífices a se sentar no trono papal ao longo da história.
Vida e carreira eclesiástica
Nascido na Toscana italiana no seio de uma família de baixa condição social. Segundo o Liber Pontificalis, Gregório figurava entre os “nascidos toscanos, junto à cidadela de Rovacum, de um pai [chamado] Bonizo”,[1] informação corroborada pelo biógrafo papal.[2]
Gregório cresceu no ambiente da Igreja romana ao ser confiado a seu tio, abade do mosteiro de Santa Maria em Aventino, onde fez os votos monásticos. Era, assim, beneditino.
Em 1045 Hildebrando foi nomeado secretário do Papa Gregório VI, cargo que ocuparia até 1046 quando acompanhou esse Papa no seu desterro em Colónia depois de ser deposto num concílio, celebrado em Sutri, e acusado de simonia na sua eleição.[3]
Em 1046 morre Gregório VI, e Hildebrando ingressou como monge no mosteiro de Cluny onde adquiriu as ideias reformistas que regeram o resto da sua vida e que o fariam encabeçar a chamada Reforma gregoriana.[4]
Até 1049 não regressou a Roma, mas é então chamado pelo Papa Leão IX para atuar como legado pontifício, o que lhe permitiu conhecer os centros de poder da Europa. Atuando como legado estava em 1056 na corte alemã, para informar da eleição como Papa de Vítor II quando este faleceu e se escolheu como seu sucessor o antipapa Bento X. Hildebrando opôs-se a esta eleição e conseguiu que se elegesse Papa Nicolau II. Em 1059 é nomeado por Nicolau II, arquidiácono e administrador efetivo dos bens da Igreja, cargo que o levou a alcançar tal poder que se chegou a dizer que dava de comer a Nicolau “como a um asno no estábulo”.
Eleição
A sua eleição é considerada fora do padrão habitual. Não era sacerdote quando foi eleito Papa, por aclamação popular, em 22 de Abril de 1073. Sendo uma transgressão da legalidade estabelecida em 1059 pelo concílio de Melfi que decretou que na eleição papal só podia intervir o Colégio Cardinalício, nunca o povo romano. Não obstante, obteve a consagração episcopal em 30 de junho de 1073.
Muito combativo em favor dos direitos da Igreja, enfrentou o imperador Henrique IV do Sacro Império Romano, em defesa da superioridade do Poder Espiritual sobre o Poder Temporal. Ao longo do século XX, os historiadores vincularam seu nome a um vasto programa de reforma da cristandade, movimento que ficaria conhecido como reforma gregoriana. Todavia, tal vinculação decorre de aspectos controversos, muitos dos quais já submetidos a um profundo revisionismo. Há décadas, estudiosos sugerem que o conceito de “reforma” deve ser superado quando se trata de explicar muitos episódios envolvendo o pontificado gregoriana.[5][6] Foi monge na Abadia de Cluny, considerada a alma da Idade Média. A pedido da Condessa Matilde, perdoou Henrique IV que, entretanto, voltou a rebelar-se contra a Santa Sé. Devido ao seu carácter combativo granjeou inimigos que o exilaram. Ao morrer, fora de Roma, disse a frase que se tornaria famosa: “Amei a justiça e odiei a iniquidade, por isso morro no exílio”.
Política interna e reformas
Teve sua vida e obra conduzidas pela convicção da Igreja como obra divina e encarregada de abraçar toda a humanidade, para a qual a vontade de Deus é a lei única, e que, na faculdade de instituição divina, a Igreja coloca-se sobre todas as estruturas humanas, em particular sobre o estado secular. A superioridade da Igreja era para Gregório VII um fato indiscutível.
Em 1075, Gregório VII publica o Dictatus Papae, que são 27 proposições onde expressa as suas ideias sobre o papel do Pontífice na sua relação com os poderes temporais, especialmente com os imperadores do Sacro Império. Estas ideias poderão resumir-se em três pontos principais: O Papa é senhor absoluto da Igreja, estando acima dos fiéis, dos clérigos e dos bispos, e acima das Igrejas locais, regionais e nacionais, e acima dos concílios; O Papa é senhor único e supremo do mundo, todos lhe devem submissão em questões religiosas, incluindo os príncipes, reis e imperadores (entretanto, como diria Harold J. Berman,[7] o Poder Central Eclesiástico tomou para si, além da “espada eclesiástica”, a “espada secular”; ou seja, o papa tornou-se a autoridade suprema no espectro espiritual e temporal). A Igreja romana não cometeu nunca erros.
Historiadores como Walter Ullmann[8] e Ian Stuart Robinson[9] afirmam que Gregório centralizava em Roma todas as querelas importantes para intermediação, coincidindo naturalmente numa diminuição do poder dos bispos locais, o que motivou algumas lutas contra as esferas mais altas do clero. Recentemente, esta caracterização do governo gregoriano com marco da centralização política e administrativa da Igreja medieval foi colocada em xeque.[6]
Esta batalha pelos fundamentos da supremacia papal tem o seu apogeu na obrigatoriedade do celibato do clero e no ataque à simonia. Gregório VII não introduziu o celibato mas conduziu a batalha por tal com maior energia do que os seus antecessores. Em 1074 publicou uma encíclica dispensando da obediência aos bispos que permitiam o casamento dos sacerdotes. No ano seguinte, sob fortes protestos e resistência, encoraja medidas contra estes, privando-os dos rendimentos.
O seu pontificado decorreu até 25 de maio de 1085, dia em que morreu em Salerno, abandonado pelos romanos e pela maior parte dos seus apoiantes.
Maria Madalena de Pazzi
Maria Madalena de Pazzi (Florença, 2 de Abril de 1566 – Florença, 25 de Maio de 1607) foi uma nobre italiana católica que se tornou freira da Ordem das Carmelitas da Antiga Observância e ficou famosa pelas suas revelações místicas.[1]
Aos dezesseis anos foi admitida entre as freiras Carmelitas da Antiga Observância do Mosteiro de Santa Maria dos Anjos da sua cidade. A uma intensa vida espiritual aliou a observância dos votos religiosos e levou uma vida escondida de oração e abnegação. Pedia incessantemente pela reforma da Igreja Católica, e dirigiu as suas irmãs no caminho da perfeição. Indizíveis sofrimentos físicos e dura provação espiritual puseram à prova sua paciência.
Foi beatificada pelo Papa Urbano VIII no dia 8 de Maio de 1626 e canonizada pelo Papa Clemente IX a 28 de Abril de 1669.
A sua festa litúrgica é comemorada no dia 25 de Maio.
Vida
Madalena de Pazzi nasceu em Florença, Itália, em 2 de abril de 1566.[2] filha de Camillo di Geri de Pazzi, membro de uma das famílias nobres mais ricas e distintas do Renascimento Florença e Maria Buondelmonti. Ela foi batizada de Caterina, mas na família se chamava Lucrécia, por respeito à avó paterna, Lucrécia Mannucci.[3]
Aos nove anos de idade, Madalena foi ensinado a meditar pelo capelão da família, usando um trabalho então publicado recentemente, explicando como se deve meditar na Paixão de Cristo. Anos depois, este livro foi um dos itens que ela trouxe para o mosteiro. Ela recebeu sua Primeira Comunhão aos 10 anos de idade e fez um voto de virgindade um mês depois. Ela experimentou seu primeiro êxtase quando tinha apenas doze anos, na presença de sua mãe. A partir de então, ela continuou a exibir o que considerava muitas experiências místicas variadas.
Em 1580, aos quatorze anos, Madalena foi enviada por seu pai para ser educada em um mosteiro de freiras da Ordem de Malta, mas logo se lembrou de se casar com um jovem nobre. Caterina aconselhou o pai sobre seu voto, e ele finalmente cedeu e permitiu que ela entrasse na vida monástica. Ela escolheu o mosteiro carmelita de Santa Maria degli Angeli, em Florença, porque a regra ali permitia que ela recebesse a Comunhão diariamente. Em 1583, ela foi aceita como noviça por essa comunidade e recebeu o nome religioso de irmã Maria Madalena.
Mística
Pazzi era novata há um ano quando ficou gravemente doente. Ao receber o hábito religioso, uma das irmãs perguntou como ela podia suportar tanta dor sem murmurar. Maria apontou para o crucifixo e disse:
Aqueles que lembram os sofrimentos de Cristo e que se oferecem a Deus por meio de Sua paixão, consideram suas dores doces e agradáveis.
A morte parecia próxima, então seus superiores a deixaram proferir votos religiosos em uma cerimônia privada, enquanto estava deitado em uma cama na capela. Imediatamente depois, ela caiu em um êxtase que durou cerca de duas horas. Isso foi repetido nas 40 manhãs seguintes, cada vez após a Comunhão.[4]
Como salvaguarda contra o engano e para preservar as revelações, o confessor de Pazzi pediu que ela ditasse suas experiências a outras irmãs. Nos seis anos seguintes, cinco grandes volumes foram preenchidos. Os três primeiros registros de êxtase de maio de 1584 até a semana de Pentecostes do ano seguinte. Aquela semana em particular foi uma preparação para um julgamento de cinco anos que ela relata. O quarto livro registra esse julgamento, e o quinto é uma coleção de cartas sobre reforma e renovação. Outro livro, Admonitions, é uma coleção de seus ditos decorrentes de suas experiências na formação de mulheres em ordens religiosas.
Acreditava-se que Pazzi pudesse ler os pensamentos dos outros e prever eventos futuros. Por exemplo, durante um evento extático, ela previu a elevação futura ao papado do cardeal Alessandro de Medici (como Papa Leão XI). Durante sua vida, ela supostamente apareceu para várias pessoas em lugares distantes e curou várias pessoas doentes.
Madalena morreu em 25 de maio de 1607, aos 41 anos. Foi enterrada no coro da capela do mosteiro. Na canonização de 1668, seu corpo foi declarado milagrosamente incorrupto. Seu cadáver de relíquia está localizado no mosteiro de Maria Maddalena de ‘Pazzi, em Careggi.
Veneração
Alegadamente, numerosos milagres se seguiram à morte de Pazzi, e o processo para sua beatificação foi iniciado no ano de 1610, sob o Papa Paulo V, e concluído sob o Papa Urbano VIII, no ano de 1626. No entanto, ela não foi canonizada até 62 anos após sua morte, quando o Papa Clemente IX a elevou aos altares em 28 de abril de 1669. A igreja do Mosteiro de Pažaislis, encomendada em 1662 na Lituânia, foi uma das primeiras a ser consagrada em sua homenagem.
A santa é pouco conhecida fora da Itália, mas seu culto é muito forte, especialmente em Florença. A Paulist Press publicou uma seleção de seus escritos em tradução para o inglês em sua série de Clássicos da espiritualidade ocidental. Sua importância na Missão ao Oriente, especialmente em conexão com a Índia, é recentemente explorada.
Em 1670, um ano após a canonização de Madalena de Pazzi, o dia da festa da santa foi inserido no Calendário Romano Geral para comemoração em 25 de maio, o dia de sua morte. Em 1728, a data de 25 de maio foi atribuída ao Papa Gregório VII, e seu dia de festa foi transferido para 29 de maio, onde permaneceu até 1969, quando foi restaurado ao seu lugar original no calendário, como o verdadeiro aniversário de morte dela.[4]
A psiquiatra Kathryn J. Zerbe escreveu que Pazzi sofria de anorexia mirabilis. Ela também exibiu sintomas comportamentais de bulimia.